O preço do alumínio alcançou em setembro o valor de US$ 3 mil por tonelada, a maior cotação desde 2008. Alta é influenciada por restrições de produção na China e por golpe de Estado na Guiné, segundo maior produtor mundial de bauxita – em um momento de oferta já limitada.
A Guiné é um dos grandes fornecedores globais de bauxita e responde por mais da metade das importações da China. Embora a turbulência política aumente a possibilidade de cortes da oferta de alumínio, até agora não há sinais de que carregamentos ou minas tenham sido afetados.
A tonelada de alumínio, que é utilizado no setor de transporte e na construção, alcançou 3.000 dólares no mercado de metais de Londres.
No Brasil, as ações da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) subiram 6,89% no dia 6 de setembro, ao preço de R$ 13,50. Foi a maior cotação desde a estreia da empresa na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), em julho deste ano.
Antes do golpe militar no país africano, o metal já acumulava alta de cerca de 38% este ano em Londres, impulsionado pela recuperação da demanda e da atividade econômica. Ao mesmo tempo, fundições chinesas buscam manter o nível de produção durante a crise sazonal de energia e medidas do governo de Pequim para controlar as emissões de carbono do país.
“Os preços atingiram uma nova alta na esteira do carvão”, a fonte de energia das fundições chinesas, apontou Anna Stablum, analista da Marex Spectron.
“A carência de carvão na China deve piorar no quarto trimestre” com a chegada do inverno e a necessidade de aquecer a população, o que “pode elevar ainda mais o preço do alumínio”, alertou.
As autoridades chinesas também estão pedindo que algumas fundições paralisem suas operações para limitar o consumo de eletricidade, embora os planos nacionais de investimento em infraestruturas estejam aumentando a demanda. “O risco político pesa sobre o alumínio na China e, cada vez mais, na União Europeia”, resumem os analistas do Goldman Sachs em nota.
Eles apontam que o preço da eletricidade e o imposto sobre o carbono também pesam sobre as fundições europeias.
Além disso, a demanda por alumínio, como a de outros metais industriais e, em geral, de matérias-primas, é especialmente alta, pois os consumidores estão se beneficiando da recuperação após a pandemia de Covid-19.
Outros fatores que influenciam o preço do metal incluem uma greve em uma fundição de alumínio no Canadá e um incêndio em uma refinaria de bauxita na Jamaica, segundo Daniel Briesemann, analista do Commerzbank.
Fonte: adaptado dos sites “Notícias de Mineração – Preço do alumínio atinge maior cotação em 13 anos”; “G1 Globo – Preço da tonelada do alumínio atinge maior cotação desde 2008” e “Revista Alumínio – Preço do alumínio sobe após golpe militar na Guiné e restrições na China”